Idéias

Lâmpadas acessas que iluminam nossa escuridão mais secreta.
(Andrea Carolina)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Rever

No frio, as coisas congelam. Era esse tipo de solidez que ela sempre temeu, e sem notar se entregou às mentiras de suas emoções e resolveu se dissolver. De maneir
a bem estranha, seguiu em direção contrária à integração que tanto almejava.

Interessante notar que depois da dissolução total, os fragmentos que tanto incomodavam já não existiam. Pelo menos não de maneira cristalizada, o que alimentou a falsa sensação de ser divertido estar dissolvida. Ela nunca se sentiu tão grata ao movimento cíclico do mundo natural. O frio que a dor da dissolução traz permite nova agitação para aproximar o que está disperso e alcançar novamente o estado sólido. Ela compreendeu que embora fosse novamente congelar, agora o arranjo das partes poderia ser diferente.
Entre todas as possibilidades da palavra coração, ela vislumbrou algo. Ele tece as relações, tece o contato com o outro. Se isso não acontece, o sentido deixa de acompanhar as ações. Isso explicaria as atitudes sem sentido que ela vinha tomando. As explicações seriam necessárias? Talvez não a explicação em si, mas a interpretação dos fatos. Interpretar o que já foi permite o retorno de sentido para o que estava disperso. Seria então um retorno ao coração?

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